Os sobrenomes mais comuns no Brasil, seus brasões e suas origens

Como já era de se esperar, devido ao nosso processo histórico de colonização portuguesa e a consequente formação do nosso povo, todos os nomes mais usados comumente no país são de origem portuguesa ou ibérica como um todo. Dando uma olhada em sites que falam de pesquisas sobre os sobrenomes mais comuns dos brasileiros, me deparei com algumas que dão uma boa média colocando em ranking alguns deles. Faremos o mesmo aqui e falaremos quais são, suas origens e porque as pessoas, no passado, passaram a usar sobrenomes como referencia a si próprios.

Claro é que nem todos nomes mais populares de todo o vasto território nacional estarão nessa lista. Se bem que dos 20 que selecionamos, ainda poderíamos colocar cerca de mais 11 como Martins, Monteiro, Mendes, Barros, Freitas, Barbosa, Dias, Castro, Campos, Cardoso e Fernandes. E quem sabe, se os leitores quiserem, faremos uma parte dois dessa lista, ou de uma região ou grupo étnico específico. Mas oque focamos aqui e pesquisamos em vários sites e estatísticas foram os de maior incidência em um âmbito nacional. 

Segundo pesquisa de 2016 publicada pelo IPEA, a grande maioria dos brasileiros têm sobrenome de origem ibérica. Em um universo de 46.801.772 nomes de brasileiros analisados, somente 18% deles tinham ao menos um sobrenome de origem não ibérica (germânico, italiano, leste europeu ou japonês). Os sobrenomes ibéricos predominam em quase todo o Brasil, com exceção de grande parte do Sul do Brasil, do Oeste Paulista e das serras do Espírito Santo, que receberam muitos imigrantes não ibéricos nos últimos dois séculos, além de áreas de expansão da fronteira agrícola dos estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que receberam migrantes oriundos do centro-sul nas últimas três décadas. O estudo salientou que o sobrenome, contudo, não necessariamente reflete a "ancestralidade cultural ou genômica", "pois há perda de linhagem matrilinear e adoções, mudanças de nome no casamento, entre outros eventos, que podem fazer reduzir a precisão de tal indicador". Além do que, africanos, índios nativos e seus descendentes adquiriram sobrenomes portugueses no Brasil.


Ancestralidade do sobrenome estimada
pelo último ou pelo único sobrenome, no Brasil
OrigemPercentagem
Ibérica87,5%
Italiana7,7%
Germânica3,3%
Leste europeia0,8%
Japonesa0,7%

Na maioria das línguas indo-europeias, o prenome precede o sobrenome (apelido de família) na forma de designar as pessoas. Mas os primeiros a adquirirem sobrenomes foram os chineses. Algumas lendas sugerem que o Império Fushi decretou o uso de sobrenomes, ou nomes de famílias, por volta de 2852 a.C. Na Roma Antiga tinham apenas um nome próprio. No entanto mais tarde passaram a usar três nomes. O nome próprio ficava em primeiro e se chamava "prenome". Depois vinha o "nome", que designava o clã. O último nome designava a família e é conhecido como "cognome". Alguns romanos acrescentavam um quarto nome, o "agonome", para comemorar atos ilustres ou eventos memoráveis. Quando o Império Romano começou a decair, os nomes de família se confundiram e parece que os nomes sozinhos se tornaram costume mais uma vez.


Desde a Idade Média e até ao século XVIII, em algumas zonas rurais portuguesas as pessoas eram conhecidas pelo nome próprio, ao qual era acrescentado o patronímico, para os rapazes, e o matronímico, para as moças, ou o contrário em casos especiais de ausência de um dos pais.  A necessidade de adicionar outro nome para distinguir as pessoas de mesmo nome veio a partir de certa altura a ganhar popularidade e necessidade devido ao crescimento urbano e populacional na Europa e no mundo.


No Brasil, apesar de ter sido colônia portuguesa, e profundamente influenciado pela cultura lusitana, o sistema de perpetuação da linhagem familiar através do sobrenome adotado, é o sistema francês. A estrutura do nome no Brasil consiste em "nome, sobrenome materno, e sobrenome paterno"

1 - Silva 

O mais comum, obviamente é o sobrenome "Silva". Um estudo feito com 30.400 pessoas afirmou que 9,9% dos brasileiros (ca. 4,6 milhões) possuem esse sobrenome português. Ele é classificado como toponímico, ou seja, de origem geográfica. Vem do latim e pode significar, selva, bosque ou floresta. 

Existem muitos locais em Portugal com o nome de Silva que lá também chega a ser um nome muito popular. Principalmente na região de sua origem, na Torre da Silva, que fica a meio caminho das freguesias de São Julião e Silva, junto ao concelho de Valença, em Portugal. Uma vez que o nome vem da língua língua galaico-portuguesa, uma  língua românica falada durante a Idade Média nas regiões de Portugal e da Galiza (1). E de fato, em Portugal, Galiza, Leão e Astúrias existem diversas localidades cujos nomes compõem-se por "Silva". Também é encontrado em Espanha (com origens mais remotas do Reino de Leão) e na Itália, onde é mais comum na região da Emília-Romanha e da Lombardia.

É possível, porém, verificar que a popularidade deste apelido remonta ao século XVII em Portugal. A primeira linhagem dos Silva registrada é bem antiga e provém dos Godos D. Aderaldo. Seu filho D. Guterre Alderete de Silva, se casou com uma descendente da nobreza da Casa Real de Aragão, anterior à fundação da nacionalidade portuguesa, no final do século X. Apesar da enorme difusão na população lusófona em geral, "Silva" também é e foi o nome de importantes famílias nobres, que normalmente o portavam-o junto de outro apelido (2)

O primeiro Silva registrado no Brasil foi o alfaiate Pedro da Silva, em 1612. Sobre sua difusão, existem as hipóteses de que muitas pessoas que chegaram ao Brasil adotaram este sobrenome para começar uma vida nova sem vínculo com o passado na Europa aproveitando o anonimato que o sobrenome trazia para começar uma nova vida, ou, por outro lado, o fato deste sobrenome ter sido atribuído com muita frequência aos escravos que quando libertos adotavam o sobrenome do antigo dono.

2 - Santos

Santos é um sobrenome lusófono-hispânico, sendo de origem cristã nos países de língua portuguesa e espanhola. Sabe-se que era era um sobrenome adotado por muitos nobres ibéricos (tanto portugueses quanto espanhóis) que nasciam em primeiro de novembro, o dia de Todos os Santos. Mas também se diz que Santos é originário também da Itália e França. Na Itália, “Santi” é um sobrenome pertencente à nobreza Italiana. Na França o sobrenome era inicialmente dado à pessoas que nasciam no primeiro de novembro como na Península Ibérica. Dessa forma, a origem do sobrenome passava a ser Católica (Hoje em dia é um dos mais populares em França).

Outra possível origem deste nome se dá por conta da região Sierra de Los Santos, na Andaluzia. É certo de que em todos os lugares este sobrenome tem uma certa origem nobre. Acredita –se que há uma certa associação do sobrenome com relação à nobreza e a igreja católica. Então por esse motivo, a nobreza inicialmente tinha mais poder sobre este nome.

No Brasil é um sobrenome bastante comum, que divide juntamente com os sobrenomes Silva e Souza (ou Sousa) o topo das tabelas de sobrenomes mais comuns. Um dos registro bem documentados foi o Padre mineiro João Pedro dos Santos, que ao morrer, em 1850, reconheceu sete filhos.

As principais teorias sobre sua difusão são que o sobrenome era atribuído à portugueses que se estabeleciam na província da Bahia (originalmente Real Província da Bahia de Todos Os Santos), como é o caso do pai do político baiano nas Cortes de Portugal José Lino dos Santos. Nesse caso, o sobrenome parecia ter uma função social de indicar a residência do cidadão, assim, o sobrenome indicaria que o portador era proveniente da província da Bahia. Outros pesquisadores vão além, defendendo que este sobrenome se popularizou principalmente após a abolição da escravatura no Brasil, no ano de 1888, quando diversos ex-escravos de origem africana receberam este sobrenome pois residiam na província da Bahia de todos os Santos, que concentrava grande porcentagem do número total de escravos no período imperial. 

Existe também os estudos que contam durante a época da Inquisição em Portugal e Espanha e em seus domínios os muitos cristãos-novos que adotaram este apelido, que foi repassado para os descendentes.

3 - Souza (Sousa)

Podendo também ser encontrado desde a grafia arcaica como "Souza" ou a variação "D'Souza",  é um apelido de origem portuguesa com origem no nome do rio Sousa, no norte de Portugal. Famílias que habitavam a beira desse rio, receberam esse nome através do latim "Saxa", que significa "pedras". 

O primeiro indivíduo a usar registradamente teria sido o nobre D. Egas Gomes de Sousa, nascido em 1035 e posteriormente seus filhos, que o tomou de suas Terras de Sousa. Era senhor também de Novelas, Felgueiras e governador da comarca de Entre Douro e Minho. Esse nobre fidalgo também era conhecido pela valentia em combate. Nas eras das conquistas ultramar, esse sobrenome rapidamente se espalhava de Portugal para entre as colônias. 

Muitos fortes, entrepostos e feitorias começaram a surgir ao longo da costa africana e os homens tinham relações com as mulheres locais gerando filhos e esses, por sua vez, herdavam o nome do pai. Ou também ex-escravos adotavam o nome do senhor ou senhorio. É o caso de alguns afro-brasileiros que retornaram à Africa que também mantiveram esse sobrenome. É o caso dos Tabons (3), descendentes de Francisco Félix de Sousa, um homem branco de Salvador, Bahia colonial, que já tinha sido um dos homens mais ricos da África ocidental devido ao seu envolvimento com o tráfico de escravos.

4 - Oliveira

Esse nome tem raízes toponímicas entre os apelidos (ou sobrenomes) de Portugal, tendo sido tirado da designação do Paço de Oliveira, na freguesia de Santa Maria de Oliveira, concelho de Arcos de Valdevez. Nem todos que possuíam o apelido eram marranos. Na verdade, a família Oliveira é original do século XII-XIII não era de origem judia. A descendência dos nobres Oliveiras antes da adoção do apelido atual é muito antiga, e data dos tempos clássicos dos romanos. Descendiam de antigos aristocratas romanos da gens Oliva.

Essa primeira família que adotou este nome por apelido registrado tem remotas origens, a ela pertencendo Martin de Olivera (ca. 1175), patriarca da família de cavaleiros medievais do reino português e senhores do morgado de Oliveira no século XIII. 



5 - Lima

O vocábulo lima pode ter origem no latim "limes" que se refere a cercas ou paliçadas para proteger a fronteira ou fortificações militares romanas antigas. A palavra frequentemente era usada no sentido de limite e logo passou a designar os lugares para além das fronteiras ou aqueles que de lá provinham, podendo ser logo tomada como nome de família. O toponímico do sobrenome pode derivar do rio Lima (em galego "Limia"). O nome pode provir de "Límia", uma palavra de origem Celta ou Lígure, que significa "esquecimento", que teria dado origem ao nome do rio ou de diversos lugares denominados Lima. O rio Lima, em Portugal, tem uma lenda que diz que quem atravessa este rio ficaria esquecido de tudo.

D. João Fernandes de Lima, o Bom, filho de D. Fernando Arias, foi o primeiro a levar o apelido, que tomou das terras de Lima na Galiza, por ser de lá natural. Dessa família procede a família portuguesa que tem o título de Visconde de Vila Nova de Cerveira. 

Em 1033 já existia na Galiza o castelo de Batissela de que era então senhor D. Diogo Nuñez de Batissela, que por sua neta D. Isabel Nuñez foi bisavô de D. Fernando Arias, que viveu em tempos de D. Fernando II de Leão (1157-1188). 

Assim como no caso de Oliveira, cristãos-novos e velhos usaram o apelido no Brasil.

6 - Costa (da)

Ou "da Costa", é um sobrenome comum em Portugal, na Espanha, na Itália e nas regiões onde se registrou imigração de naturais destes países ao longo da História, como Brasil, Cabo Verde e Argentina e tem origem no latim, "costa" que quer dizer "costelas".

Os primeiros Costas teriam vindo de uma localidade costeira, já que era comum no passado que a região desse identidade a seus moradores. Tem diversas procedências: Portugal, Espanha, Itália e Uruguai. O nome também foi adotado por escravos, índios e cristãos-novos, isto é, judeus, especialmente da Espanha e Portugal, também chamados de "marranos" ou convertidos.

Atribui-se duas hipóteses de origem. Uma seria que Costa teria origem judaica. O nome identificava também uma família da nobreza medieval portuguesa do século XIII, que teria vindo de uma família da nobreza medieval portuguesa que poderá derivar de um protonotário apostólico que viveu em Portugal nos princípios do séc. XIII, de origem grega denominado Nicolau Kosta. Outros afirmam que a origem seria ainda mais remota (século XII) e estaria ligada a designação da Quinta da Costa, Comarca de Guimarães, que pertencia a Gonçalo da Costa (ca. 1290),  um rico cavaleiro e militar português da Corte do rei D. Afonso Henriques. Senhor da Quinta da Costa em Louredo, ao pé de Nossa Senhora da Costa, couto de Mancelos, em Santa Cruz de Riba Tâmega (hoje Amarante), onde fundou uma Domus Fortis e uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Costa.

O ramo dos Costas ditos senhores de Pancas, derivado colateralmente do célebre cardeal D. Jorge da Costa, dos Costas de Alpedrinha, partiu aquelas armas com o "corpo da empresa" daquele purpurado. De mencionar que, na opinião fundamentada de certos heraldistas, as costas destas armas não são a representação de ossos mas sim de um tipo de facas de sapateiro de lâmina curva e sem ponta, precisamente designadas de “costas”, usadas por volta do século XIV. A família que trabalhava com esses instrumentos passou a ser chamada de "a família das costas". Logo, o que algumas pessoas imaginam ser costelas desenhadas no brasão, não são nada mais do que costas, os tais martelos dos sapateiros portugueses de cerca de 700 anos atrás.

7 - Pereira

Pereira é um sobrenome de raízes toponímicas(geográficas) portuguesas. O que obviamente diz que  o lugar que deu origem ao sobrenome é cheio de peras ou pereiras. A origem mais remota da família que se tem notícia, provém do conde de Forjaz Bermudez, sobrinho neto de Desidério, o último rei dos longobardos, da Itália. Os mais primitivos Pereiras registrados em Portugal estavam ligados à casa de Bragança, em Portugal. Foi seu solar, a Quinta de Pereira, aonde tomaram o apelido, junto ao rio Ave, em terra de Vermoim. 

Segundo a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, o ramo primogênito dos Pereiras originou a Casa dos Senhores e Condes da Feira, enquanto o segundo filho, com duas bastardias, originou o Condestável D. Nuno Álvares Pereira (S. Nuno de Santa Maria), pelo que o seu sangue veio a misturar-se com o de todas as famílias reais europeias. 

No Brasil, o primeiro Pereira foi o donatário Francisco Pereira Coutinho, assassinado brutalmente pelos índios tupinambás em Itaparica, em 1549. Entre seus descendentes está um dos mais importantes editores brasileiros, José Olympio (Pereira Filho). O nome também foi adotado por cristãos-novos. Em 1606, chegou ao Brasil a degredada Ana Pereira, acusada de bigamia. Os estados brasileiros onde eles inicialmente se propagaram são Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os Pereiras por volta do século XIX e XX foram famosos por seus engenhos no Rio Grande do Norte próximo a Ceará Mirim depois vieram para Paraíba.

8 - Carvalho

O sobrenome Carvalho é muito visto em Portugal, onde há várias famílias, não necessariamente relacionadas, com esse apelido/sobrenome. Sua origem geográfica é tomado do antigo Morgado de Carvalho, em Coimbra, Portugal. De carvalho, do latim "quercus", "árvore, planta" (4)A antiguidade da Família Carvalho tem comprovada constatação. 

Uma doação feita ao mosteiro de Lorvão em 1131, assinada por Pelagius Carvalis, (Payo Carvalho) senhor de toda a terra em que hoje está o Morgado de Carvalho, que foi instituído por seu neto Bartolomeu Domingues, e é o mais antigo Morgado em Portugal. Esta documentação da doação ao mosteiro de Lorvão esclarece de maneira irrefutável que na origem, a Família Carvalho não era uma família de cristão novo uma vez que, nessa época de fortíssima religiosidade, um mosteiro jamais aceitaria a doação de um cristão-novo, como alguns sugerem pela costumeira e errônea interpretação de que nome de árvore é sempre referência direta a uma família de cristãos-novos.

A família Carvalho tem solar no antigo Morgado de Carvalho, em terra de Coimbra, Concelho de Penacova, ao pé da famosa Serra do Carvalho fundado por D. Bartolomeu Domingues que a recebe do rei João de Aviz por serviços prestados ao reino durante a batalha de Aljubarrota, sendo considerado então um dos homens mais nobres de Portugal, recebe o morgado do Carvalho. Dada tamanha honraria, seu filho Soeiro Lopes Domingues, adota em 1386 o nome de Soeiro GOMES DE CARVALHO, O primeiro a dar o sobrenome Carvalho, comprovadamente aceito. Em tampo: atualmente aceita-se Como o primeiro da linhagem de Pelagius Carvalis,(Pelayo Carvalho)tetra-avô de Dom Bartolomeu Domingues.

O Registro heráldico tem o Brasão da Família Carvalho um dos 72 brasões das 72 famílias principais da alta nobreza de Portugal no séc. 16, que foram pintados no teto da Sala dos Brasões do Paço Real de Sintra por ordem de D. Manuel I, o Venturoso, (1469-1521), XIV Rei de Portugal de 1495 a 1521, que escolheu esses 72 brasões quando mandou reorganizar e qualificar a nobreza portuguesa tendo por objetivo: escolher as famílias mais ilustres do Reino, em honra, história e bens, no séc. XVI.

A mais ilustre Família portuguesa com este sobrenome e varonia talvez seja a do Marquês de Pombal, ainda que não tenha, porventura, a chefia da antiga Família Carvalho portuguesa. Tem-se decerto são descendentes de D. Afonso Henriques.

9 - Rodrigues (Rodriguez)

Sobrenome de origem portuguesa que é classificado como sendo patronímico, uma vez que deriva do fundador do tronco familiar. Este é derivado de um nome, que neste caso é Rodrigo. O significado do sobrenome Rodrigues é “filho de Rodrigo”. Dessa forma, a história conta que o fundador da família passou seu nome para sobrenome dos filhos e outros descendentes. A explicação para Rodrigo virar Rodrigues é que antigamente na Península ibérica se usava o final “es” para designar “filho de”. 

O nome Rodrigo vem do germânico "Hrod-rich Rico" que quer dizer, "em gloria" ou "Senhor da gloria". É um nome medieval, imortalizado pelo ultimo rei visigodo, considera-se o nome Rui como sendo sua forma familiar. seu equivalente castelhano é Rodríguez. 

Na história das origens do Sobrenome Rodrigues existem relatos de que o mesmo é pertencente a nobreza. Em Portugal conhecem-se três brasões diferentes relativos a este apelido, pelo que é certo que há inúmeras famílias que o adotaram sem existirem os menores laços consanguíneos entre elas. Contudo, isso não impede que algum dentre elas acedessem à Nobreza da fidalguia da cota de armas, o que se sucedeu (família rica) particularmente com as três aludidas.

10 - Alves

Este é um sobrenome de origem portuguesa e classificado como patronímico, pois é derivado de um nome próprio. Neste caso, Álvares é a origem do sobrenome que depois foi abreviado. Ele foi derivado de nome próprio Álvaro. significado de Alvares, que deu origem ao Alves, é filho de Álvaro. Vindo daí, o fundador disseminou o sobrenome aos seus descendentes. Por Álvaro ser um sobrenome muito comum, acabou que muitas comunidades adotaram o nome e este passou a ser não só de um tronco familiar.

No Brasil a família Alves se instalou inicialmente em estados como Minas Gerais, Pará, São Paulo e Rio de Janeiro. O sobrenome Alves em Minas gerou uma família de muitos políticos. Podem ser encontrados senadores, governadores, deputados e ministros. Em Minas Gerais, destacam-se a figura de Tomás Alves, nascido por volta de 1818, e de Braz Alves Antunes. O grupo familiar que mais se destaca é o que descende de João Alves de Souza, vulgo "Cara Suja", nascido por volta de 1760. A história de sua família confunde-se com a história das chamadas "Fazendas de Cima dos Alves" e "Fazenda de Baixo dos Alves", localizadas no município de Jaboticatubas e que são citadas no livro "História de Jaboticatubas", de autoria de Leônidas Marques Afonso.

11 - Ferreira

Sobrenome português, originário da Península Ibérica do século XI e classificado como toponímico, ou seja, de origem geográfica. Sua origem está em um lugar onde há ferro, mina ou jazida de ferro. Dessa forma, os habitantes nativos destes lugares acabaram por adotar esse nome e disseminando pelos seus descendentes. A profissão de ferreiro também pode ter dado origem a este sobrenome e por isso não é seguro dizer que ele surgiu em um só lugar.

Rui Pires, um dos fidalgos que vieram a este reino com a rainha D. Tareja, foi o primeiro que se chamou de Ferreira, tomando o nome das terras da "Ferreira de Alves", de quem foi senhor, e é considerado como sendo o solar da família.

Há indícios que a família Ferreira veio em caravanas logo após o descobrimento do Brasil e criaram algumas comunidades no agreste alagoano pela grande diversidade de alimentos que podiam ser plantados na região, já que a zona da mata era ocupada pelos canaviais e coqueirais.

Apresenta correspondentes em outras línguas, como Herrera ou Herreira (espanhola), Ferrara ou Ferrari (italiana) e Smith (inglesa).

12 - Almeida

Este é um sobrenome que ficou popular em países de língua portuguesa. Surgiu em Portugal embora a sua palavra seja constituída do árabe. Seu significado é al (a) meida (mesa). Dessa forma, no seu sentido geográfico remete ao planalto, ao chão plano. Por tanto, tem a sua origem considerada toponímica, geográfica, uma vez que existia um castelo chamado Castelo de Almeida, onde passou se a adotar o sobrenome “de Almeida” que posteriormente foi passado aos descendentes.

O primeiro Almeida registrado em Portugal tem uma distante linhagem fidalga. Dom Palayo Amado fidalgo, que casou-se com D. Moninha Guterres, Dama da Rainha D. Teresa, com quem teve um filho chamado Soeiro Pais Amado.

Esse, casou-se com D. Justa Pais, filha de Paio Guterres da Silva. Alcaide Mor, e tiveram um filho, Paio Guterres Amado. Dom Payo Guterres Amado foi o responsável por derrotar os Mouros tomando o Castelo de Almeida de Riba Coa (Ribacôa), sendo ele conhecido como Almeidão por este feito, recebendo do Rei Dom Sancho I o título de Senhor do Castelo de Almeida no século XII - XIII.

Dom Paio Guterres Amado legou o Castelo aos seus descendentes que tomaram o nome Almeida como sobrenome de família. O primeiro membro da família a receber o sobrenome Almeida foi Pedro Paes de Almeida, filho de Paio Guterres Amado.

13 - Nascimento

A origem deste sobrenome é religiosa e faz referência ao nascimento de Jesus Cristo. Antigamente era comum que os bebês que nasciam no dia de Natal recebessem o sobrenome nascimento mesmo que sua família não o carregasse. Hoje em dia a prática não é tão comum, mas ainda é possível conhecer casos de pessoas muito religiosas que prestam essa homenagem através de seus filhos. 

Com o passar do tempo, o sobrenome que foi criado somente para homenagem, passou a ser disseminado entre os descendentes. Algumas famílias se firmaram com este sobrenome, enquanto outras tinham algum sobrenome que se sobressaia sobre o Nascimento.

Há também uma possível origem toponímica deste sobrenome. Alguns acreditam que os povos de Nassau possam ter utilizado o mesmo sobrenome para alguns de seus filhos, que acabaram se espalhando pelo mundo carregando o nome da família. No entanto, a origem certa que mais prevalece é a portuguesa religiosa.

Por ter surgido de uma homenagem, deve-se deixar claro que os Nascimento não são inicialmente do mesmo tipo sanguíneo e nem necessariamente da mesma região. Dessa forma, há mais de uma família com este sobrenome. No Brasil, este é um sobrenome bastante comum, que chegou ao país através de imigrantes e conquistadores portugueses.

14 - Araújo

Também escrito como "Arujo" e bastante utilizado em Portugal e na Espanha, a palavra é oriunda do antigo falar do português do Norte e pelo galego e deriva do nome "Araúja", uma árvore da região (toponímico). A evolução histórica do português do Norte e do Galego deu origem ao moderno português.

Registradamente, Rodrigo Anes de Araújo, senhor do Castelo de Araújo, na Galiza, foi o primeiro a adotar o apelido Araújo; e seu bisneto Pedro Anes de Araújo, então alferes-mor do reino de leão, quando aderiu para o Reino de Portugal, em torno de 1375, tendo sido o primeiro Araújo de lá. 

A origem desta família não é bem conhecida, pois se lhe atribuem diversas: os Azaz, os Maias, o francês João Tiranoth, e outras.

Rodrigo Aires de Araújo casou com D.Maior Álvarea de Aza, sua parenta, filha de D.Rodrigo Álvares de Aza e de sua mulher, D.Maria Pires de Ambia, casamento que Manso de Lima considera improvável. Deste Rodrigo Anes descenderam os Araújos de Galiza, onde foram senhores de muitos lugares, Vasco Rodrigues de Araújo e de sua mulher, o qual era neto do primeiro Rodrigo Anes, passaram a Portugal, cujos reis serviram e foram progenitores das famílias destes apelidos existentes no Minho ou desta província derivadas.

15 - Ribeiro

Sobrenome de origem portuguesa, onde se contra a família mais nobre deste sobrenome. Ele é classificado como um toponímico, uma vez que tem sua origem geográfica. Ribeiro significa rio pequeno, o que pode ser facilmente associado a ribeirão. A partir do latim "ripariu"​, que significa "rio pequeno", "pequena passagem de água" ou "passagem de rio", em Portugal teria se originado como uma referência à um pequeno riacho que existia em suas propriedades, sendo conhecidos na região por causa desse detalhe geográfico.

Há indícios que Ribeiro, ou Ribeira, pode ter surgido também na península ibérica. Ribeiro como sendo pequeno rio e Ribeira a terra que é banhada por rios. Dessa forma, pessoas que nasciam e viviam nessa região acabaram por adotar o sobrenome e passar para as próximas gerações. Procedem de el-rei D. Ramiro, ultimo de Leão e em Castela (Espanha) deste apelido/sobrenome casas de passado distinto.

De acordo com documentos históricos, o nome Ribeiro teria surgiu em meados do ano 750 d.C, com o rei D. Fruella II, sendo transmitido através das gerações até chegar à burguesia portuguesa por volta do ano 1005. 

Estima-se que o nome Ribeiro chegou ao Brasil ainda durante as primeiras expedições de colonização portuguesa, entre o século XV e XVI. 

16 - Cavalcante (Cavalcanti)

Cavalcanti é um apelido de família de remota origem italiana com origens na idade meso-medieval no Sacro Império. A grafia Cavalcante, é um aportuguesamento.

O sobrenome Cavalcante tem origem italiana, sendo derivado de uma atividade praticada por seu patriarca. Nesse caso, o ato de cavalgar que provem do latim medieval "caballicare". De acordo com os estudos feitos por genealogistas os fundadores desse sobrenome eram nobres burgueses da província de Florença.

Os Cavalcante foram perseguidos durante século XIII por uma crise ocasionada pela guerra dos guelfos contra os gibelinos. Os guelfos ganharam e se dividiram em guelfos brancos e guelfos pretos. A Família Cavalcanti apoiou os guelfos brancos e por isso foram perseguidos. Somente na época em que Médici exerceu poder sobre Florença, essa família conseguiu de volta seus poderes e bens.

A origem italiana desta família também encontra-se em Florença, de onde em meados do século XVI um de seus membros, Filippo Cavalcanti, transferiu-se para Portugal e depois para a Capitania de Pernambuco no Brasil. Florença era conhecida por ter um comércio de importação muito conhecido da época. Os comerciantes importavam produtos caros e desejados por todas as pessoas daquela época.

Muitos se questionam quanto à razão que teria levado Fillipo Cavalcanti, filho de um grande negociante florentino, a abandonar o céu da Toscana para abrigar-se no Brasil. Fillipo Cavalcanti era filho de Giovanni Cavalcanti, um comerciante e banqueiro florentino que tinha uma Casa de Moeda em Londres, tendo como um de seus clientes o rei Henrique VIII, com quem trocava correspondências e tinha boa afinidade. Os Cavalcantis gozavam, em Florença, de boas relações, bem como de bons contatos em grandes cortes europeias.

Há teorias que afirmam que o momento político em Florença não era dos melhores para a família Cavalcanti, dada a tentativa de assassinato de mais um dos Medicis, o grão-duque Cosimo I, pela família Pazzi, com participação de um dos parentes de Fillipo, Bartolomeu Cavalcanti. Assim, considerando esta situação, para evitar perseguições e também considerando o crescimento do Novo Mundo com o negócio do açúcar, Fillipo resolveu migrar para a colônia portuguesa em alta, o Brasil, mais especificamente a sua então província mais rica: Pernambuco.

Já na América, recebeu a doação de sesmarias e montou um dos primeiros engenhos açucareiros na região. Seus descendentes seguiram a tradição de senhores de engenho e somente séculos depois um dos sucessores ocupou um cargo no Império.

casou-se com Dona Catarina de Albuquerque, neta de Lopo de Albuquerque e filha de Jerônimo de Albuquerque com a nativa americana do tronco tupi batizada em português como Maria do Espírito Santo Arcoverde.

O casal teve onze filhos, que geraram numerosa descendência hoje espalhada por todo o Brasil, especialmente no Nordeste. O sobrenome também foi adotado por agregados, cativos e afilhados, conforme costume da época, sem haver parentesco de sangue. Assim, nem todos os Cavalcantis do Brasil descendem de Filippo Cavalcanti.

17 - Rocha

Sobrenome português toponímico, por se tratar de um elemento da natureza, que são as rochas.  Em 1126 se acha o registro de Arnaldo da Rocha, companheiro do mestre do templo D. Galdim Paes. Na Espanha encontrou-se o registro de um cidadão de sobrenome Rojas. 

Acredita-se também que ele possa ter sua origem na França através de um registro de 1220 a respeito de um francês que residia em Portugal seu sobrenome era de Rochela que é o diminutivo do francês Roche. Na França era dado aos homens que viviam nas proximidades de lugares rochosos, de onde se retirava rocha para a construção de fortalezas.

Trata-se, sem dúvida, de um bonito sobrenome que carrega atributos de força, bem como reflete a simbologia da rocha - estabilidade e serenidade.

Embora Rocha seja um sobrenome, Roque é utilizado como nome de batismo, assim como Roch, em francês; Rocco, em italiano, Rochus, em alemão e Rock, em inglês os quais têm todos o mesmo significado.

18 - Pinto

Sobrenome português primitivo de origem portuguesa. Ele é considerado como sendo derivado de uma alcunha (apelido), metáfora que faz alusão ao reino animal. 

Algumas pesquisas realizadas mostram que em documentos arcaicos de Portugal se registra o uso desta alcunha antes do século XIII, porem não oficialmente. D. João Garcia de Sousa, neto do Conde D.Mendo, foi o primeiro que teve a alcunha de Pinto reconhecida como sobrenome. Foi chamado de Pinto por suas muitas perfeições e naturais gentilezas.

Algumas histórias contam que o sobrenome também foi adotado por um cavaleiro que também fora de apelido. Este teria chegado da guerra muito machucado, cheio de sangue. Desse modo, seria como se ele estivesse pintado de vermelho, o que acabou se tornando um apelido que posteriormente foi passado as suas filhas na forma de sobrenome. Mas existe um relato que diz que este também pode ser um sobrenome de origem italiana. Mesmo assim, o que prevalece seria a sua origem portuguesa. Podem existir outras origens para este sobrenome, uma vez que é um nome relativamente comum.

19 - Moura (Mouro, Mourão)

Significa "quem nasce em Moura (região de Portugal)", "muralha" ou "terra dos mouros". Moura é um sobrenome de origem toponímica portuguesa, uma referência a uma cidade ou localidade. 

A cidade de Moura pertence ao Distrito de Beja, na região do Alentejo, em Portugal. Muitos acreditam que este nome tenha surgido a partir da lenda de Moura Salúquia. 

Quando a região ainda era dominada pelos muçulmanos, a atual cidade de Moura se chamava Al-Manijah e a princesa Salúquia era a governadora. Diz-se popularmente que a princesa era apaixonada por um mouro chamado Bráfama, que foi morto em uma emboscada pelo exército cristão quando estava a caminho de seu casamento.

Após o exército tomar a cidade, Salúquia se atirou da torre do castelo e morreu. Os cristãos ficaram comovidos com sua história de amor e decidiram batizar a região conquistada como "Terra de Moura Salúquia", que ao longo dos anos evoluiu para "Terra de Moura" e, consequentemente, "Moura".

De acordo com a história, as primeiras pessoas a adotarem o Moura como nome de família pertenciam a esta cidade. Vasco Martins Serrão teria sigo o primeiro a adotar Moura como sobrenome. Serrão era conhecido como Senhor de Moura, pois havia participado da conquista daquelas terras, recebendo esse título do rei, como agradecimento.

Família portuguesa nobre dos primórdios da nacionalidade, procedia de D. Pedro Rodrigues que com seu irmão, D. Álvaro Rodrigues tomou o Castelo de Moura aos sarracenos no ano de 1166. D. Pedro teve vários filhos e entre eles D. Martim Rodrigues, Cavaleiro e Mestra da Ordem de Calatrava, parecendo que teria sido casado antes de ter voto, porquanto seus dois filhos, D. Pedro Martins e D. Álvaro Martins que também foram Cavaleiros da mesma Ordem não tiveram dispensa para entrar nela, prova de não haverem sido bastardos. 

De D. Martim Rodrigues, Mestre da Ordem de Calatrava, nasceu o então Vasco Martins Serrão, assim chamado por ser Senhor do lugar de Serrão na serra de Gerês, fidalgo principal do seu tempo, que andou na conquista do reino, senhor da vila de Moura por mercê da Rainha D. Beatriz, mulher de D. Afonso III, em pagamento de seus serviços. Por ser também senhor da Vila de Moura, passou a usar este apelido que transmitiu a seus descendentes.Estes possuíram grandes Morgados, como os de Corte Serrão e Quarteira, e tiveram vários títulos como Marqueses de castelo Rodrigo, dos Moura Corte-real, Condes de Azambuja, concedido em 1763 a D.António Rolim de Moura, 19º Senhor das Vilas de Azambuja e Montargil, Condes de Vale de Reis, dos Mendonça Rolim de Moura Barreto, mais tarde Marqueses e Duques de Loulé, distinguindo-se ainda outros ilustres ramos como os dos Moura Coutinho, Moura Borges,etc.

20 - Gomes

Sobrenome de origem portuguesa que provavelmente vem de uma abreviação do visigodo Gomoarius. Seu significado é Homem de guerra, o qual por vezes foi utilizado como nome próprio. Dessa forma, pode se classificar este como um patronímico do nome do fundador deste tronco familiar ou de o nome próprio de uma pessoa.

Gomoário (do latim: Gomoarius) um oficial romano de origem visigoda na então Hispânia romana. Em 350 foi elevado ao título de tribuno dos guardas (tribubus scutariorum) sob o imperador Vetrânio, a quem servia em oposição a Constâncio II. Em 360 foi nomeado mestre dos soldados (magister militum) do imperador Juliano, o Apóstata, no entanto, no ano seguinte perdeu sua patente. Em 365/366 serviu como mestre dos soldados e mestre da cavalaria (magister equitum) do usurpador Procópio. Em 366, na Frígia, foi derrotado pelo exército do imperador Valente na batalha de Tiatira.

O nome que deu origem a este sobrenome é Gomo ou Gome (sendo ou não do fundador da família). O que pode acontecer também é de os descendentes de Gome terem adotado o sobrenome, uma vez que a terminação “es” no passado ibérico significava “filho de”. 


O sobrenome Gomes é considerado relativamente popular no Brasil. Sua grande notoriedade é vista em países hispânicos, com a variante Gomez.


NOTAS:

1 - Dela descendem as atuais línguas portuguesa e galega, assim como a fala da Estremadura e o eonaviego. 

2 - Um atual ramo da família Silva, em sua quinta geração, é descendente dos reis de Leão e são mestiços - uma importante família aristocrática brasileira no Amazonas, dos quais varões da 2ª geração herdaram durante o Brasil Império o baronato de Amazonas.

3 - Era o nome pelo qual ficou conhecido em Gana o grupo de ex-escravos brasileiros que, após a Revolta dos Malês, ocorrida na noite de 24 e 25 de janeiro de 1835 na cidade de Salvador, capital da então província da Bahia, no Brasil, chegou ao país.

4 - (Anuário Genealógico Latino, IV, 19)


Referencias de pesquisa:

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